A Uniserv (União dos Servidores Públicos de Mauá) fará manifestação durante a sessão de amanhã na Câmara de Mauá. O objetivo do protesto é pressionar os vereadores a intermediar junto ao Executivo o enquadramento de 25 cargos para adequação salarial de acordo com o Estatuto do Servidor, aprovado em 2002, mas que não foi cumprido pela administração.
De acordo com o presidente da Uniserv, Renato Abreu, o número de funcionários na situação é 1.500. Entre as funções estão agente administrativo 1, 2 e 3; borracheiro 1, 2 e 3; costureira 1, 2 e 3, eletricista 1, 2 e 3; auxiliar de apoio operacional; auxiliar de desenvolvimento infantil; auxiliar odontológico; agente de saúde; eletricista de manutenção; telefonista; agente escolar, entre outros. "Esperamos que o Legislativo ajude para que tenhamos um prazo do Paço para o atendimento dessa demanda."
Na terça-feira, a Câmara, por unanimidade, aprovou a adequação de cargos e salários de acordo com o Estatuto do Servidor que está em vigor desde 2002 para os vencimentos de 42 funções. Algumas delas chegarão a ter 40% de acréscimo salarial. "Não trata-se de reajuste, mas cumprimento da lei", disse o aliado Luiz Alfredo dos Santos Simão (PSB).
Na visão de Abreu, o Executivo usa de estratégia para enfraquecer a categoria quando concede o enquadramento aos poucos, em grupos pequenos. "Quem recebeu não irá lutar por quem não ganhou. Joga classe contra classe. Pois tem servidor que está no mesmo setor e está ganhando mais que o outro, cria-se uma crise interna. O Paço está na legalidade, mas não na moralidade."
O socialista Simão não concordou. "Às vezes é melhor emendar para não demorar muito", afirmou. O líder governista Rômulo Fernandes (PT) fez coro. "Não é isso. Vamos fazer reunião com o governo para resolver a situação. A ideia é acelerar para que possam receber antes do final do ano."
Jesomar Alves Lobo, presidente do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos de Mauá), comentou que não auxiliará a Uniserv na manifestação. "Vamos procurar via direta com a administração. Essa questão de ir à Câmara é ação isolada do Uniserv", disse Lobo.
Para o oposicionista Manoel Lopes (DEM), o objetivo da bancada era incorporar todos os cargos e não à prestação como o governo Oswaldo Dias (PT) vem fazendo. "Aprovamos o projeto de terça-feira porque não podemos atrapalhar a vida do trabalhador, mas todas as pessoas comem. Não podemos fazer diferença."
Atila Jacomussi (PV), também da bancada de oposição, afirmou que o envio de projeto pelo Executivo contemplando todos os servidores seria forma de "reparar grande erro". "Até hoje não foi cumprido o Estatuto de 2002. Não há plano de carreira e nem vai haver. Incentivo para funcionários é colcha de retalhos. O Oswaldo privilegia apenas seus amigos."